quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eles fizeram história no mercado imobiliário - 2. Flávio Koch

 A principal dificuldade era conseguir um financiamento imobiliário

"Quando iniciei, o mercado imobiliário estava tomando os primeiros passos como uma verdadeira profissão, na visão da própria sociedade e das construtoras. Fiz um curso rápido na própria imobiliária em que trabalhava e no primeiro plantão já vendi uma casa. Já havia o curso de Técnico em Transações Imobiliárias, pelo Senac, e decidi fazer posteriormente para me inteirar dos assuntos relativos à profissão, embora não fosse obrigatório.

Vejo que os cursos naquela época eram melhores. Tínhamos professores da faculdade de Direito, Engenharia, Arquitetura, com um conhecimento mais específico, embora não tivessem a visão comercial. Por isso que há uma leva de corretores antigos (que na época tiveram a oportunidade de estudar), que hoje possuem um conhecimento maior. Posteriormente, programas de aperfeiçoamento foram criados pelo conselho da categoria, com cursos voltados à avaliação imobiliária, Direito Imobiliário, contratos, entre outros.

Lembro que o relacionamento com o cliente era muito pessoal. Realizávamos plantões de venda em prédios e também em lojas para vender imóveis usados, cuja quantidade era maior que os lançamentos. Os clientes não tinham tanto conhecimento. A concorrência proporcionalmente era acirrada, considerando a disponibilidade no mercado, mas não como hoje.

A principal dificuldade era conseguir um financiamento imobiliário, pois era muito burocratizado e os clientes tinham medo. A Caixa Econômica era a instituição que fornecia os financiamentos e os próprios funcionários desconheciam este processo. O corretor de imóveis levava até 190 dias para obter a liberação. E sem dinheiro, ninguém compra nada. Muitas vezes perdiam-se negócios em função da demora e ficávamos de mãos atadas, dependentes das políticas que mudavam a hora que bem entendiam.

O perfil do corretor de imóveis melhorou muito. Hoje existem profissionais mais preparados e o próprio mercado está mais exigente. No Brasil, pelo menos 62% dos corretores de imóveis já fizeram algum curso superior. A própria atividade começou a ficar dinamizada através da tecnologia. Redes Imobiliárias estão sendo desenvolvidas e vejo que este é o caminho, pois boa parcela dos clientes já utilizam estes meios para buscar um imóvel. A concorrência funciona com maior eficiência. Os meios de comunicação são mais rápidos do que há anos atrás, onde anunciávamos em um pequeno espaço nos jornais de grande circulação, pois não tinha caderno de imóveis, apenas colunas."

Flávio Koch, atual presidente do CRECI-RS, atua há 43 anos como corretor de imóveis.

*Fonte: http://www.redimob.com.br/

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