quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eles fizeram história no mercado imobiliário - 1. Antônio Armando Cavalcante Soares

Trabalhei em prol da fundação das entidades do setor no CE

"Iniciei minha carreira em 1965, aos 26 anos. Na época eu trabalhava em uma empresa no qual viajava muito e chegava a passar 90 dias fora de casa. Quando precisei viajar por seis meses e na volta para casa meu filho mais velho não me reconheceu, vi que era a hora de buscar outra atividade. Nesse intervalo, vendi um imóvel para uma família conhecida e ganhei a comissão que era praticamente o salário que eu ganhava todo mês. Foi quando decidi me dedicar à atividade de corretor de imóveis. Na época, o trabalho do corretor de imóveis era visto por muitos como  picaretagem. Destacavam-se aqueles que tinham uma família de renome, pois esta era a forma de passar credibilidade e ter um acesso facilitado ao investidor.

Em Fortaleza (CE), não tinha conselho da categoria, apenas uma associação com pouca atuação, onde eu e mais um grupo de profissionais reabilitamos. Trabalhei em prol da fundação de todas as entidades de classe do setor no Ceará, desde delegacia do Creci, Secovi, Câmara Imobiliária.

Naquela época, este grupo que ficou conhecido como os 18 do Forte, e para aprimorar a nossa atuação, buscávamos mecanismos para conhecer os trâmites, principalmente na área de documentação, uma vez que em Fortaleza não havia nenhum curso de qualificação na área imobiliária.

Como precisávamos ter um conhecimento desta demanda, os proprietários dos cartórios nos davam aulas sobre registro de imóveis.

O anúncio para nós era tudo e uma das poucas maneiras de divulgar os imóveis. Transferimos nossos anúncios para o Jornal O Povo, no qual os corretores de imóveis do Ceará ainda hoje têm uma história ligada a este veículo de comunicação. Logo depois, o Diário do Nordeste também entrou com força nesse mercado.

Como não tínhamos internet, nem email, o vínculo com o cliente era fundamental. Mas a indicação tinha um grande peso. Assim desde a visita dos investidores até o fechamento do negócio era realizado com dificuldade. Só sobrevivia no mercado quem tivesse dignidade. Mas felizmente, nosso grupo realizou um trabalho ético e dignificou a profissão no Estado. Pode-se dizer que abrimos a estrada.

Vejo que a profissão teve duas etapas. Com a Lei nº 2.520 saímos da ignorância para as letras. Saímos da profissão que não tinha sido alfabetizada para uma profissão que exigia no mínimo o segundo grau completo. Começamos a ter um grupo de pessoas mais elitizadas e logicamente isso traz novas ideias. Se eu tivesse que começar na atividade, hoje sim que iniciaria a carreira de corretor de imóveis, a qual considero uma das mais promissoras do Brasil."

Antônio Armando Cavalcante Soares, atua há 46 anos como corretor de imóveis. Atualmente é Diretor Tesoureiro do Sistema Cofeci-Creci.

*Fonte: http://www.redimob.com.br/

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